sábado, 29 de janeiro de 2011

Por que é que vermelho não é sempre vermelho?

O olho humano pode diferenciar algo entre milhões de tons de cor. Especialistas em pré-impressão e impressão estão a ser confrontados com a tarefa de reproduzir fielmente alguns desses milhões de tons. Seria isso impossível ou uma questão de gerenciamento de cor?

A qualidade de um produto impresso é sempre medida verificando-se quanto da cor desejada pelo cliente é realmente atingida. Na maioria dos casos, o cliente só visualiza uma versão digital ou no máximo recebe uma amostra. Especialistas em pré-impressão e impressão têm a tarefa de transformar perfeitamente essas especificações em realidade. Mas quando se trata de cores, os problemas aparecem nos detalhes. Há factores demais a influenciar o resultado da impressão para que se possa atingir o objetivo corretamente apenas com instruções simples. "Um tom um pouco mais amigável, por favor" ou "um azul mais frio" não ajudam a definir as cores da impressão. No artigo "Color and Quality" da série Expert Guide da Heidelberg, os passos de como se preparar para esse desafio são explicados.

Síntese aditiva das cores: As luzes de diferentes cores sobrepõem-se. A junção de todas as cores resulta no branco.

Acessórios opcionais
Por que um livro vermelho não é sempre vermelho?
A cor não é característica de um objeto como seu peso ou formato específico. A cor tem origem nos nossos cérebros. O objecto absorve ou reflete luz com certos comprimentos de onda. Se um raio de luz atinge um livro vermelho, parte da luz branca é absorvida e o resto é refletido. O comprimento de onda determina qual cor que nós vemos. Logicamente, a luz de iluminação do ambiente tem papel essencial. O livro vermelho apresenta tons diferentes sob a luz de um escritório ou a céu aberto. Síntese subtrativa das cores: Partes da luz branca são removidas. A remoção de todas as cores resulta no preto.

Por que nós percebemos as cores de modo diferente?
Quando o cliente e o impressor olham para o produto impresso, eles podem perceber tons diferentes. Isso porque a cor que nós vemos depende do grau de estímulo dos receptores dos nossos olhos; especificamente os três tipos de cones na retina que reagem a diferentes comprimentos de ondas da luz: para luz vermelha, verde e azul. De acordo com a percepção individual de cores, algumas pessoas vêem o vermelho bordeaux por exemplo, como violeta.
A figura mostra a posição dos eixos a* e b* dos espaço de cor CIELAB na tabela de cor x-y.


Como se pode medir as cores?
Como as cores não são características físicas de um objeto, mas dependentes da percepção visual de cada um, a "Commission Internationale d'Eclairage" (Comissão Internacional de Iluminação) desenvolveu um espaço de cores padronizadas,o CIELab. Esse espaço de cor é baseado em testes com pessoas que percebem as cores normalmente, a fim de criar um sistema de descrição de cores que reflete a sensibilidade dos receptores das três cores no olho humano. Assim, o espaço CIELab é feito de três coordenadas em linha com os cones de cor no olho humano: vermelho, verde e azul, suplementados com uma terceira dimensão, o eixo de luminosidade. Com ajuda dessas coordenadas, a localização da cor e todos os tons que podem ser criados com uma mistura aditiva de cores espectrais podem ser definidos. O especialista de pré-impressão ou impressão sabe onde o seu trabalho impresso está localizado no espaço de cor (valor real), e o quanto ele está longe do valor desejado.

Por que um densitómetro sempre atesta a qualidade das cores?
Um densitômetro determina a densidade da diferença de luminosidade entre a luz absorvida e a luz refletida. Assim, ele diferencia apenas entre claro e escuro e só é aplicável para determinação da densidade do preto. Para que a técnica funcione também para o processo padronizado de cores cião, magenta e amarelo, os densitómetros apresentam filtros de cor para as cores complementares: filtros vermelhos para medir cião, filtros verdes para o magenta e filtros azuis para o amarelo. Uma vez que as densidades se comportam essencialmente como a espessura das camadas de tinta, o impressor pode usar esses valores para iniciar uma mudança de cor. Entretanto, o mesmo valor de densidade não significa que a impressão da cor é a mesma para o visualizador. Devido à diversidade de cores especiais, não há filtros definidos para todas. Nesse caso, deve-se escolher o flitro de cor mais distante da amostra teste - por exemplo, um filtro azul para medir luz verde ou laranja. Neste processo podem ocorrer casos em que valores idênticos de densidade são mostrados por ambas as cores.

Por que o espectrofotómetro garante melhor qualidade de cor?
Um espectrofotómetro separa a luz refletida da amostra em espectros. Por um lado são calculados os valores L*a*b*, e por outro a densidade correspondente e os valores dos tons. Sistemas de medição espectrofotométrica de cor em impressoras também apresentam um propósito a mais. O seu calculador de cores usa a diferença entre o valor desejado (por exemplo, uma prova ou de uma amostra de cor) e o valor real na folha impressa para determinar as modificações necessárias nas zonas de tinta e encaminha para a impressora de forma online. O número de tentativas ou reimpressões necessárias depende inteiramente da diferença entre os valores desejados e os reais. O objetivo dos processos de gerenciamento de cores é atingir em uma primeira tentativa o valor mais próximo possível. Então um único passo é geralmente necessário para alcançar o resultado certo. Para tanto, uma amostra é impressa de acordo com os padrões e medida com o espectrofotômetro. Os valores determinados são usados para criar um perfil de cor ICC. Esse perfil garante que quando recolocado na tela, a cor estará correta e o teste mostra um resultado de impressão confiável.

O objetivo do gerenciamento de cores como um todo é saber com antecedência o que será impresso posteriormente. Isso previne o consumo de tempo, diminui os custos, reduz o desperdício, e assim o livro vermelho será tão vermelho quanto o cliente deseja.

http://www.heidelberg.com/br/www/pt/content/articles/heidelberg_online/edition5/vermelho

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